sábado, 1 de dezembro de 2007

1 de Dezembro de 1640

Como todos sabem, hoje, comemora-se o dia da instauração da casa de Bragança face à Dinastia Filipina em 1 de dezembro de 1640, que durante 60 anos regeu o país.
Como sabem igualmente que quem deu origem à crise dinástica que vivemos, foi D. Sebastião, um rei jovem e aventureiro, habituado a ouvir as façanhas das cruzadas e histórias de conquistas além mar, que ao querer conquistar o Norte de África em sua luta contra os mouros, desapareceu algures na batalha de Alcácer Quibir.
Depois, já sabemos, nas Cortes de Tomar de 1581, Filipe II de Espanha é aclamado rei, jurando os foros, privilégios e mais franquias do Reino de Portugal e, durante seis décadas Portugal fica privado de rei natural, sob o que se tem designado por "Domínio Filipino".
Porém, este processo e as decorrências de tal domínio não se mostraram de digestão fácil e, em 12 de Outubro, em casa de D. Antão de Almada, reuniram-se D. Miguel de Almeida, Francisco de Melo e seu irmão Jorge de Melo, Pedro de Mendonça Furtado, António de Saldanha e João Pinto Ribeiro. Decidiu-se então ir chamar o Duque de Bragança a Vila Viçosa para que este assumisse o seu dever de defesa da autonomia portuguesa, assumindo o Ceptro e a Coroa de Portugal.
No dia 1 de Dezembro de 1640, eclodiu por fim em Lisboa a revolta, imediatamente apoiada por muitas comunidades urbanas e concelhos rurais de todo o país, levando à instauração da Casa de Bragança no trono de Portugal.
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Mas, normalmente, este tipo de feriados já quase nada nos toca. Temos memória curta! Percebemos pouco da Europa que se está a construir e do "grande papão" que está aqui ao lado e até nem se importa de cá vir dominar novamente, fazer deste "pequeno pedaço de terra à beira mar plantado" a sua porta de entrada e partida.
Onde andará o Camões dos nossos dias? Leia-se hoje, também, a propósito e num sentido prospectivo, nas entrelinhas de Os Lusíadas, a mensagem política e os avisos à navegação contidos naquela obra, para que a razão de ser de certos avisos à navegação não sejam descortinados quando a coisa já não tiver ponta por onde se lhe pegue.
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Recordar este dia, é recordar um período fraco da nossa história e dos nossos governantes. E também assim, porque não, descobrir um pouco da nossa história local, indo junto de alguns monumentos que em Arouca existem a assinalar esta efeméride.
Talvez muitos não saibam, mas, em 1940, ouve a preocupação de restaurar o orgulho português, e por todo o país se ergueram ou se aproveitaram monumentos onde se inscreveram três datas: 1140; 1640 e 1940, datas da Fundação, Restauração e Comemoração, respectivamente.
Arouca não foi excepção e, entre outros locais, podemos verificar esta associação de datas na torre sineira da Capela de Nossa Senhora do Campo e cruzeiro da Barroca, na freguesia de Rossas; na fachada do antigo edifício sede da Junta de Freguesia de Alvarenga e no monumento que se encontra no centro do Largo de Santa Mafalda, na vila. Esta é de graça! :)
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Vale a pena passar por estes locais e pensar um bocadinho mais no dia que hoje se assinala.
O repto aos colegas, como não podia deixar de ser, é abordar o tema retroactiva e prospectivamente.
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Como hoje não estarei presente, um abraço a todos e boa discussão.

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